domingo, 19 de junho de 2011

Doença sem cura pode comprometer produção de morangos no Estado


Uma doença que no ano de 2003 trouxe muitos prejuízos aos produtores de morango do Estado voltou a alarmar técnicos e famílias que têm no morango a principal fonte de renda da propriedade.

A Xanthomonas fragariae, uma bactéria que provoca a doença no morangueiro conhecida como mancha angular ou bacteriose do morangueiro, provoca necrose nas folhas da planta, com diminuição de sua taxa respiratória e consequentemente a produção.

A preocupação em relação à doença é que ainda não há um produto químico ou natural que combata ou elimine a Xanthomonas das lavouras. A única maneira de eliminar a doença é arrancar e enterrar as plantas doentes.

Segundo o engenheiro agrônomo Hélcio Costa, doutor em fitopatologia e pesquisador do Incaper da unidade de Fazenda do Estado, Domingos Martins, a bactéria do morango pode levar a danos severos aos produtores se medidas não forem tomadas com urgência.

“A bactéria se dissemina muito rápido entre as lavouras, seja através de respingos de água, bem como pelos tratos culturais que são efetuados corretamente pelos produtores. Outro agravante e que produtos químicos não apresentam controle da doença. Assim, somente a erradicação imediata das plantas que já apresentam sintomas da doença pode impedir este avanço”, explica ele.

O biólogo Adnilses Arthur Machado Filho, o Dr. Hélcio e um grupo de técnicos desenvolvem um trabalho na região de Domingos Martins, Santa Maria de Jetibá e Venda Nova do Imigrante desde 2009, quando a doença reapareceu nos morangueiros capixabas, a situação é muito preocupante.

“Temos alertado os produtores que não utilizem nenhum agrotóxico para tentar combater essa doença, pois não há cura. As plantas doentes precisam ser arrancadas imediatamente. Em caso de suspeita da doença, as plantas devem ser levadas para o Incaper, onde será confirmada a bactéria”, disse o biólogo.

Desde 2003, quando a doença atacou fortemente as plantações no Espírito Santo, a entrada de mudas de morango de outros estados e da Argentina são controladas. Entretanto, há informações de que algumas empresas que fornecem mudas de morangos para os produtores capixabas trouxeram, nos últimos anos, plantas contaminadas com a doença.

Idaf diz que fiscaliza entrada de mudas no Estado
A identificação da doença em morangueiros nas plantações do Estado e a consequente erradicação das plantas contaminadas cabem ao Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito (Idaf). Por meio da assessoria de imprensa, o chefe do departamento de defesa sanitária e inspeção vegetal do órgão, Ezron Leite Thompson, explicou que a doença foi erradicada em 2003, quando apareceu pela primeira vez no Estado.

“Em 2006, novo foco foi detectado e erradicado. Novamente no ano de 2009 ela reaparece e o IDAF mais uma vez busca erradicá-la. As ações do IDAF dão-se através de inspeções nas lavouras e nas barreiras sanitárias. A exigência para a introdução de mudas de morango no Espírito Santo está baseada na Portaria nº 60/99 da Secretaria de Estado da Agricultura”, explicou.

Ezron Leite disse ainda que também é exigido o certificado fitossanitário de origem das mudas, acompanhado da devida permissão de trânsito de vegetais, além do laudo laboratorial, indicando a ausência da Xanthomonas fragariae nas plantas.

“O Idaf faz fiscalizações periódicas nas lavouras, bem como nos estabelecimentos compradores de mudas. No ano de 2011 foram realizadas reuniões com compradores de mudas e também com produtores rurais, com fins de esclarecimentos quanto às normas para aquisição de mudas que se feita sem nota fiscal e os demais documentos mencionados implica na sua destruição”, concluiu Ezron.

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